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Bahia assina memorando para instalação da primeira usina de vidro solar fora da China

Bahia oficializou um avanço estratégico na transição energética ao firmar um Memorando de Entendimentos (MoU) para a instalação da primeira usina de vidro solar do mundo fora da China. Com investimento previsto de R$ 1,8 bilhão, o projeto será implantado em Belmonte, no extremo sul do estado, e representa um marco no aproveitamento da riqueza mineral baiana com foco em tecnologia e sustentabilidade.

O acordo foi assinado entre a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a Bahiagás, a Prefeitura de Belmonte e a empresa Homerun Brasil, responsável pela construção e operação da planta industrial. A unidade será dedicada à produção de painéis fotovoltaicos de alto desempenho, utilizando a sílica de elevada pureza encontrada exclusivamente no distrito de Santa Maria Eterna, em área pertencente à CBPM.

“Hoje é um dia histórico para o estado da Bahia. Estamos potencializando nossas riquezas minerais por meio de um projeto que traz uma tecnologia revolucionária e única no mundo”, declarou o presidente da CBPM, Henrique Carballal. Ele acrescentou que, além da inovação tecnológica, o empreendimento rompe com uma lógica histórica de exportação de matéria-prima sem beneficiamento. “É a primeira vez que a Bahia verticaliza toda a cadeia produtiva de uma commodity”, frisou.

A Homerun Brasil destacou o potencial da sílica baiana, considerada única no mundo por sua pureza. “Transformada em vidro solar, essa matéria-prima permitirá que as placas gerem até o dobro da energia em comparação com as atuais”, explicou o diretor-presidente da empresa, Antonio Vitor.

Para garantir o funcionamento da planta, a Bahiagás será responsável pelo fornecimento de gás natural de forma contínua e em alta pressão, insumo fundamental para os fornos industriais. “O gás natural estabiliza o processo, permitindo eficiência e qualidade em um projeto de tamanha inovação”, afirmou Luiz Gavazza, presidente da companhia.

A Secti atuará na articulação de parcerias com universidades e instituições técnicas para qualificação da mão de obra, e a Prefeitura de Belmonte irá doar o terreno, viabilizar infraestrutura e mobilizar trabalhadores locais. A meta é que 70% da mão de obra não especializada e 30% da especializada sejam do município. Estima-se que o empreendimento gere 600 empregos diretos e até 2.800 indiretos.

“Esse projeto é a emancipação financeira de Belmonte. O mundo agora vai conhecer Santa Maria Eterna e Belmonte”, celebrou o prefeito Iêdo Elias.

A fábrica também contemplará práticas de sustentabilidade, como reaproveitamento de água, uso de energia limpa e criação de um fundo educacional para inclusão produtiva. Segundo Carballal, o governador Jerônimo Rodrigues deve anunciar em breve a data da inauguração da pedra fundamental para início.

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